segunda-feira, 30 de maio de 2011

A Ciência dos corações partidos

Foto Divulgação

Por Laiane Cruz

Quem nunca sentiu o coração “doer” após o fim de um relacionamento? Ou vontade de se trancar em um quarto escuro e silencioso por horas? Além de tomar pílulas e pílulas de calmantes, comer uma barra de chocolate por minuto, acabar com todas as guloseimas da geladeira, e o pior: entrar numa fossa quando chega a sexta-feira e começa a se lembrar onde poderia estar se ainda estivesse ao lado daquele que era considerado o amor da sua vida. 


Lendo um artigo publicado na revista americana Women's Health sobre este assunto, refleti que se fôssemos colocar numa lista todos os sentimentos avassaladores que tomam conta da gente quando um relacionamento acaba, certamente uma página de blog não seria suficiente. Você pode até culpar o Ex por ter rompido, mas a dor no seu coração e corpo vem de dentro de você mesma. É o que revela um recente estudo realizado na Universidade do Estado de Nova York em Stony Brook e na Universidade Rutgers. Segundo esse estudo, terminar um namoro ou casamento literalmente dói, e mais, isso é um recurso necessário da sua mente.

De acordo com a Ph. D Lucy Brown, professora de neurobiologia e na Faculdade de Medicina Albert Einstein em Nova York e autora da pesquisa, quando você está apaixonada, seu cérebro libera certas substâncias como dopamina e ocitocina, as quais dão sensação de prazer e contentamento. Por outro lado, quando o parceiro rompe de repente, aquelas substâncias naturais de bem-estar simplesmente desmoronam, dando lugar a uma enxurrada de hormônios causadores do estresse, como cortisol e epinefrina, entre outros.

Ainda de acordo com a pesquisa, tais hormônios se liberados em quantidade limitada no organismo, podem até a ajudá-la a reagir rapidamente a situações de perigo, por exemplo, quando você está atravessando a rua e um carro surge de repente na contra mão. Porém, quando um relacionamento acaba de forma abrupta, a pessoa apaixonada adquire um trauma de longo prazo. Isso faz com que altas doses daquelas indesejáveis substâncias sejam lançadas no organismo, causando dores musculares, de cabeça, no pescoço, no estômago, além de outros problemas de saúde.

O coração despedaçado pode contribuir também para uma baixa no sistema imunológico. Os hormônios do estresse podem impedi-lo de funcionar corretamente, tornando-a mais vulnerável a bactérias e viroses como a gripe.

Segundo a psicóloga e coordenadora do Centro de Atenção Psicossocial de Feira de Santana, a 108 Km de Salvador, Carolina Carvalho, é comum pessoas se sentirem deprimidas ao serem abandonadas. “Os problemas que ela desenvolve em seu psicológico se somatizam ao corpo gerando assim, problemas de saúde, e em casos mais graves são necessários medicamentos receitados por um psiquiatra para devolverem a sensação de prazer e alegria”, afirma a psicóloga.

Mas calma, há uma luz no fim do túnel. O estudo também revela que existem maneiras de contornar a dor da perda. Aprendendo a fazer técnicas de relaxamento, como respirar fundo para acalmar seu sistema nervoso. Ou ainda melhor, encontre uma amiga do tipo boa ouvinte e coloque tudo o que está sentindo para fora, assim os níveis de ocitocina devem aumentar em seu corpo, trazendo de volta a alegria de viver.

Algo que você não deve fazer de jeito nenhum é se trancar em um quarto e ficar curtindo a fossa, principalmente com aquelas músicas e fotografias do tempo em que estavam juntos. E se após perceber que não há mais jeito para vocês dois, tente desassociar seus hobbies e paixões do seu antigo amor, mas se de todo jeito isso não for possível, não tenha medo de mudar completamente os seus hábitos.

Um novo emprego, novos lugares para se divertir, iniciar um curso que há tempos tinha vontade de fazer, mudar a cor do cabelo, renovar o guarda roupa, coisas que parecem simples e corriqueiras podem ajudá-la a refazer a vida. E por fim, uma citação do escritor Paulo Coelho em um de seus artigos, chamado “ciclos da vida”: “Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.”

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