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Foto Divulgação |
Por Laiane Cruz
Quem nunca
sentiu o coração “doer” após o fim de um relacionamento? Ou vontade de se
trancar em um quarto escuro e silencioso por horas? Além de tomar pílulas e
pílulas de calmantes, comer uma barra de chocolate por minuto, acabar com todas
as guloseimas da geladeira, e o pior: entrar numa fossa quando chega a
sexta-feira e começa a se lembrar onde poderia estar se ainda estivesse ao lado
daquele que era considerado o amor da sua vida.
Lendo um artigo publicado na revista americana Women's Health sobre este assunto, refleti que se fôssemos
colocar numa lista todos os sentimentos avassaladores que tomam conta da gente
quando um relacionamento acaba, certamente uma página de blog não seria
suficiente. Você pode até culpar o Ex por ter rompido, mas a dor no seu coração
e corpo vem de dentro de você mesma. É o que revela um recente estudo realizado
na Universidade do Estado de Nova York em Stony Brook e na
Universidade Rutgers.
Segundo esse estudo, terminar um namoro ou casamento literalmente dói, e
mais, isso é um recurso necessário da sua mente.
De acordo com
a Ph. D Lucy Brown, professora de neurobiologia e na Faculdade de Medicina Albert Einstein em Nova York e autora da pesquisa, quando você está apaixonada, seu cérebro
libera certas substâncias como dopamina e ocitocina, as quais dão sensação de
prazer e contentamento. Por outro lado, quando o parceiro rompe de repente,
aquelas substâncias naturais de bem-estar simplesmente desmoronam, dando lugar
a uma enxurrada de hormônios causadores do estresse, como cortisol e
epinefrina, entre outros.
Ainda de
acordo com a pesquisa, tais hormônios se liberados em quantidade limitada no
organismo, podem até a ajudá-la a reagir rapidamente a situações de perigo, por
exemplo, quando você está atravessando a rua e um carro surge de repente na
contra mão. Porém, quando um relacionamento acaba de forma abrupta, a pessoa
apaixonada adquire um trauma de longo prazo. Isso faz com que altas doses
daquelas indesejáveis substâncias sejam lançadas no organismo, causando dores
musculares, de cabeça, no pescoço, no estômago, além de outros problemas de
saúde.
O coração
despedaçado pode contribuir também para uma baixa no sistema imunológico. Os
hormônios do estresse podem impedi-lo de funcionar corretamente, tornando-a
mais vulnerável a bactérias e viroses como a gripe.
Segundo a
psicóloga e coordenadora do Centro de Atenção Psicossocial de Feira de Santana,
a 108 Km de Salvador, Carolina Carvalho, é comum pessoas se sentirem deprimidas
ao serem abandonadas. “Os problemas que ela desenvolve em seu psicológico se
somatizam ao corpo gerando assim, problemas de saúde, e em casos mais graves
são necessários medicamentos receitados por um psiquiatra para devolverem a
sensação de prazer e alegria”, afirma a psicóloga.
Mas calma, há
uma luz no fim do túnel. O estudo também revela que existem maneiras de
contornar a dor da perda. Aprendendo a fazer técnicas de relaxamento, como
respirar fundo para acalmar seu sistema nervoso. Ou ainda melhor, encontre uma
amiga do tipo boa ouvinte e coloque tudo o que está sentindo para fora, assim
os níveis de ocitocina devem aumentar em seu corpo, trazendo de volta a alegria
de viver.
Algo que você
não deve fazer de jeito nenhum é se trancar em um quarto e ficar curtindo a
fossa, principalmente com aquelas músicas e fotografias do tempo em que estavam
juntos. E se após perceber que não há mais jeito para vocês dois, tente desassociar
seus hobbies e paixões do seu antigo amor, mas se de todo jeito isso não for
possível, não tenha medo de mudar completamente os seus hábitos.
Um novo
emprego, novos lugares para se divertir, iniciar um curso que há tempos tinha
vontade de fazer, mudar a cor do cabelo, renovar o guarda roupa, coisas que
parecem simples e corriqueiras podem ajudá-la a refazer a vida. E por fim, uma
citação do escritor Paulo Coelho em um de seus artigos, chamado “ciclos da
vida”: “Sempre é preciso saber quando
uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo
necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos
viver.”